O Nascimento do Projeto
Este é um projeto que começou no coração de Deus. Em 2005 um aluno por nome Hapuc, me pediu a palavra na sala de aula e me disse: “Professora Irenita, eu estou tendo uma visão contigo. Estou lhe vendo pregar a palavra numas cidades do interior de Minas Gerais, num lugar de barro vermelho. Eu estou vendo pessoas se convertendo. O Senhor levará a senhora até lá.”
Os anos se passaram e eu não tinha ido às cidades por ele referidas. Porém, em 2016, no mês de setembro encontrei com o irmão Hapuc e cobrei dele a visão. E lhe disse: Hapuc, ainda não estive nas cidades do interior de Minas. Ele me respondeu: A visão eu tive, mas o tempo é de Deus. Ele me respondeu: a senhora ainda vai lá.
Em novembro do mesmo ano, a irmã Claudia teve um sonho comigo e orou a respeito do sonho e por mim. E ela não se aquietou até que veio ao meu encontro para contar. E ela disse: sonhei que via a senhora sair por várias cidades. Nelas a senhora armava uma tenda, uma caixa de som e pregava o Evangelho para pessoas a sua volta e elas se convertiam. Saia de uma cidade para outra e o quadro era o mesmo: uma tenda, uma caixa de som e as pessoas a sua volta. Ela tinha contado o sonho para uma irmã experiente e esta lhe disse: Eu tenho a interpretação do sonho. Diga pra ela que Deus está colocando um projeto na sua mão e que ela será responsável. Este ministério é para ela realizar. Mas uma vez guardei no coração.
No mês de dezembro a irmã Claudia foi para a cidade de DATAS no Vale do Jequitinhonha onde mora sua sogra e para onde ela costuma ir às férias com seu esposo e seus filhos. Ao chegar lá, ela me enviava mensagens dizendo: Professora Irenita vem pra cá. Aqui tem um povo bebendo água salobra. Venha trazer a água da vida. Aqui tem muito povo esperando pela senhora. Tem várias cidades: Andrequece, Trinta Réis, Tombadouro, Cubas, Palmital, Datas e muitas comunidades. E Claudia me sugeria juntar com outras pessoas, falar com o pastor da Igreja. E eu na verdade não queria ir. Pelo menos neste período. Mas ela não parava de insistir. Até que ela reuniu um grupo de pessoas lá e filmou estas pessoas entre crianças, adolescentes e crianças gritando e dizendo: “professora irenita vem pra cá”. Naquele momento o Espírito Santo me constrangeu a ir. E então eu respondi: Eu sei que vou. Não sei se alguém vai comigo, mas eu irei. Sairei daqui até o dia 04/01/2017.
Quando respondi senti uma dor profunda no meu corpo, minha pressão subiu e fui parar no médico. Graças a Deus, o médico identificou que era a minha coluna torácica. Passou remédio para 5 dias. E pensei como irei de ônibus até Belo Horizonte (12 horas) e depois até Datas (4 horas e meia) com esta dor na coluna? Mas Deus é fiel. Consegui passagens de avião, mas hospedagem em Hotel para o dia seguinte embarcar no ônibus porque só tinha o horário de 7 horas da manhã ou 10 horas da noite. Eu não queria viajar sozinha à noite. Na verdade, não estava muito animada. Fui levada pelo Espírito Santo.
Porém, quando estava no ônibus para Datas, me veio uma calma, refrigério e alegria do Espírito. Comecei a olhar a riqueza daquela rodovia, muitas riquezas em pedras, ferro. E senti a voz de Deus no meu espírito. Você não vem somente pregar o Evangelho nesta cidade, você vem para fazer um projeto de Missão Integral. Mas até ai guardei somente no coração. Na verdade eu fui apenas com a minha Bíblia.
Quando cheguei à primeira parada, fui tomar um café com leite. Quando chegou a hora de pagar, eu não tinha uma moeda a não ser uma nota de R$ 50,00 reais e o valor que teria de pagar era de R$ 1,00. Eu disse para moça do caixa: minha filha, eu não sei como te pagarei porque eu não tenho trocado. Atrás de mim na fila, tinha alguém que me disse: pode deixar que eu pago. Olhei pra trás, e era uma senhora. E eu lhe disse: obrigada, eu vou aceitar. E ali começamos conversar.
Quem era esta senhora? A Diretora da Universidade Federal de Santos. Ela me disse:Estou indo para cidade de Milho Verde, na frente, porque amanhã chegam 10 alunos para um projeto de construção de escolas para ensinar os jovens e adolescentes a plantarem milho. E naquele instante senti novamente a voz de Deus no meu espírito. É um projeto parecido que você virá fazer aqui. Eu fiquei pensando. Como, se não entendo nada de agricultura. Entendo um pouco de Bíblia. Mais uma vez guardei no meu coração.
Cheguei a Datas, 40 minutos antes de a Claudia chegar para me pegar na pequena rodoviária. Meu celular é da Claro e não havia sinal. E tive que ficar sentada no banco da rodoviária.
Aproveitei para observar o pequeníssimo centro da cidade. Sentada no banco observei a conversa de dois senhores. Os mesmos falavam sobre construção de igrejas católicas e os nomes dos santos protetores. E então entendi que teria que falar sobre a idolatria naquele lugar.
Claudia chegou e fomos até a casa de sua sogra há 10 km. À medida que íamos pela estrada Claudia dizia, estas terras são toda de dona Vanda e sua família. E então entendi que seria um projeto de missão integral.
O pai de dona Vanda tinha sido o rei do ouro e do diamante. Mas ela estava em uma terra imensa e sem condições nenhuma de explorar a terra e desenvolver a agricultura e agropecuária no local. Uma história longa que contaria em outra ocasião.
E o Senhor testificou no meu espírito: Há muito pecado de derramamento de sangue, exploração do pobre e idolatria nestas terras do Vale do Jequitinhonha. O povo precisa entender porque chegaram a tanta pobreza e miséria. Aqueles que um dia tinham sido ricos ficaram pobres. Muitas histórias de violência.
À noite, pregamos no primeiro culto onde estavam presentes umas 30 pessoas. Com exceção de duas, as demais levantaram as mãos aceitando Jesus. Orei por vários pedidos. Uma pessoa foi curada de enfermidade. Nos dias seguintes (6 dias) fizemos discipulado com estas pessoas e visitação em suas casas para orar.
Voltei de Datas com o desafio de:
1) fazer um Projeto Missionário com os alunos da Disciplina de Missão Integral do Curso Teologia do Seminário Betel Brasileiro.
2) Trazer um Projeto de alguma faculdade para ensinar o povo na área de agricultura.
3) Levantar pessoas para ajudar dona Vanda a resolver alguns problemas no Incra, de inventário, e orientação para exploração de calcária, cristal, areal e outros.
4) e levantar investidores.5) Implantar uma igreja.
As terras da família da dona Vanda da parte da sua mãe são de um total de 466 hectares. Dona Vanda e seu filho nos disse que se quiséssemos plantar uma igreja eles dariam um pedaço de terra para a construção do templo bem como um espaço para estacionamento.
Chegando ao Rio de Janeiro e contei esta história para os alunos do curso de teologia do Seminário Betel Brasileiro Campo Grande. Tivemos alunos chorando e sentindo-se desafiados. Comuniquei à direção do Seminário, e a diretora Maria Edinalva se sentiu desafiada e disse que todo o seminário seria envolvido no Projeto do Vale do Jequitinhonha. O CENAM – Centro Acadêmico Missionário trabalharia suas atividades voltadas para o Projeto do Vale. As capelas e intercessão seriam voltadas para este Projeto bem como quem participasse seria contado para o estágio obrigatório do seminário.
Na semana que se seguiu, Deus trouxe duas pessoas ao meu encontro. Um foi um advogado (eis cunhado) que ajudará dona Vanda registrar as terras dela no INCRA e cuidar de questões de inventário.
A outra pessoa é um amigo e irmão que há muitos anos não o via. Ele trabalhou conosco na época de nossa juventude em ministério com jovens nas federações de mocidade da Igreja Congregacional. E trocando conversa ele me disse: Sou professor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sou engenheiro agrônomo, já fiz projetos entre os índios Tapajós. Já organizei projetos de estágios com estudantes de engenharia agrônoma, engenharia florestal, geólogos, Economia Doméstica, engenharia de agrimensura e de fundação.
Contei toda esta história para ele e disse: Deus trouxe você até mim porque tem um projeto para sua vida e não tem volta. Se ele lhe trouxe ao eu encontro é porque você participará do Projeto. Esta pessoa é o Carlos Domingos que compartilhou para um grupo de alunos que fazem parte da ABU – Aliança Bíblica Universitária na Universidade Rural. Estes alunos se sentiram desafiados e querem fazer um Projeto em Datas.
A partir desta experiência entendemos que Deus tem uma grande obra para realizar em Datas no Alto Vale do Jequitinhonha. Teremos dois Projetos: O primeiro será de 21 a 31 de julho com alunos do Betel Brasileiro e irmãos de algumas igrejas interessados e convidados. O Segundo será fevereiro com os alunos da UFRRJ participantes da ABU. São 200 alunos aproximadamente que fazem parte da ABU na UFRRJ.
As terras da família da dona Vanda da parte da sua mãe são de um total de 466 hectares. Dona Vanda e seu filho nos disse que se quiséssemos plantar uma igreja eles dariam um pedaço de terra para a construção do templo bem como um espaço para estacionamento.